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Por que a ciência é incompetente para avaliar Deus?

Gostaria de, antes de tecer os comentários, deixar claro a que exatamente me refiro quando falo de ciência, pois ciência em sentido amplo e diversificado, ciência (do latim scientia, traduzido por “conhecimento”) refere-se a qualquer conhecimento ou prática sistemáticos. Em sentido estrito, ciência refere-se ao sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico bem como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de tais pequisas. Deixo claro que me refiro ao segundo ponto de vista, haja vista que considero ciência sinônimo de conhecimento, não de método científico, sobretudo sob a visão empirista como método infalível ou superior de alcançar a verdade.

Imagine que você esteja passeando sozinho pela rua, de repente você presencia um assassinato, no entanto, logo depois de matar, o homicida foge e se livra de todas as provas, corpo, possíveis marcas de sangue ou qualquer outra prova, um crime perfeito, exceto por você ter visto. Depois do incidente, você logo corre até a delegacia mais próxima e relata o incidente, a polícia corre até o local e não encontra prova alguma.

Analisando a situação acima, como você faria para provar cientificamente que ali ocorreu um assassinato?

A resposta, até onde eu sei, é que não tem como você provar, mas isso quer dizer que não há provas? Negativo! HÁ PROVAS SIM! No entanto a ciência não pode captar esse tipo de prova! Agora porque a ciência não pode provar o assassinato ele não aconteceu? Seria uma inverdade? Agora eu pergunto: você quer verdade maior que essa? A de você ter visto um assassinato?

Se não conseguimos produzir provas para incriminar o assassino é incompetência da ciência não sua! Assim, sendo que o contato com Deus é uma questão de epifania, algo do íntimo do Ser, uma experiência inescrutável, como pode alguém se utilizar da ciência para dizer que Deus não existe? É um absurdo intelectual! Por outro lado, ninguém precisa provar Deus com ciência, seria uma afronta para Deus ser captado por um método tão ruim, tão incapaz, quanto o método científico, ainda mais se for de ciência empírica.

Bem, agora alguns leitores, principalmente cientificistas, devem estar ofendidos com tal declaração, mas é a mais pura verdade e o nosso experimento mental acima mostra o quanto a ciência é incompetente para tratar de determinados assuntos, na verdade ela é incompetente para falar sobre a realidade última de qualquer coisa! Segundo Karl Popper¹, a ciência sempre trás uma verdade parcial, Deus é por definição uma verdade final. A ciência fala sobre causas parciais, Deus é uma causa final, sendo assim impossível para a ciência, do modo como é configurada, achar Deus.

Veja o que o filósofo, matemático e logicista Bertrand Russel fala sobre a ciência:
“Todos os argumentos indutivos, em último recurso, se reduzem à seguinte forma: “Se isso é verdade, aquilo é verdade: agora, aquilo é verdade, portanto, isso é verdade”. Esse argumento é, certamente, formalmente falacioso. Suponha que eu dissesse: “Se pão é uma pedra e pedras são alimento, então esse pão me alimentará; agora, esse pão me alimenta; portanto, ele é uma pedra, e pedras são alimento”. Se eu fosse promover tal argumento, certamente pensariam que sou louco, todavia, ele não seria fundamentalmente diferente do argumento sobre qual todas as leis cientificas são baseadas.” 2

Muitos principiantes destreinados em filosofia ou alunos de ensino médio discordariam ou ficariam impactados com essas verdades. Na verdade muitos alegariam que a ciência trás resultados práticos, no entanto, esquecem que produzir resultados práticos é totalmente diferente de produzir verdades, a própria religião produz resultados práticos, quem nunca ouviu falar de alguém que largou o vício ou restaurou o casamento depois de ter seguido a religião cristã, por exemplo? Isso mostra de alguma forma que a religião está com a verdade? De forma nenhuma, resultados práticos não são provas da verdade. Veja o que Karl Popper escreveu sobre Einstein:

            “Ele não poderia, mesmo que todas as predições estivessem corretas, considerá-las como uma teoria verdadeira”.3

Logo, embora a ciência seja útil como forma de alcançar fins práticos, ela não tem autoridade para fazer quaisquer pronunciamentos com respeito à natureza da realidade. Muitos leitores, principalmente cientificistas e ateus, podem agora pensar que esse ceticismo com a sensação e essa visão baixa da ciência são muito extremas, mas quem discordar dessas afirmações deverá primeiro justificar como o conhecimento vem a partir da sensação e como o método científico pode funcionar para descobrir a verdade. Confiar na ciência, mas não apresentar uma justificação racional para ela o que resta então é torcer o nariz, se colocar no seu lugar e fazer nunca mais afirmações do tipo: “Somente o que a ciência diz é verdade!” “O conhecimento científico é superior aos outros tipos de conhecimento!” e por aí vai!

Outro ponto digno de nota é que o modo como a ciência moderna, no seu sentido estrito, trabalha, é impossível de captar Deus porque já parte da pressuposição de que coisas sobrenaturais não existem, seria como avaliar um jogo de basquete com regras de vôlei, as premissas são diferentes e as regras são diferentes, como toda forma de avaliação e investigação e análise de dados, a sua interpretação depende da pressuposição, ou seja, do ponto de vista de que parte a sua lógica, se eu declaro que Deus não existe já de antemão, então é impossível que um método desses possa chegar a Deus.

Não sendo o bastante, ainda tenho mais um ponto a considerar. A ciência trabalha com objetos, para isso ela isola uma parte do que quer analisar, faz uma investigação a respeito daquele recorte, logo a sua verdade parcial só vale para aquele recorte no qual foi analisada, sendo a inferência para o restante apenas um chute! A questão é que Deus não pode virar um objeto, para que algo seja avaliado pela ciência ele precisa ser visto de fora, mas não há como avaliar Deus de fora simplesmente porque estamos dentro Dele, por isso São Paulo fala: “Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.”At 17.28


CONCLUSÃO

Deus se revela ao homem através de uma comunicação com o mais íntimo do Ser, “na divisa da alma com o espírito” uma comunicação com a consciência, “não podemos conhecê-Lo como objeto, ou mesmo como sujeito externo, mas apenas como fundamento ativo da nossa própria autoconsciência, maximamente presente como tal no instante mesmo em que esta, tomando posse de si, se pergunta por Ele, pior ainda, observadores externos de cuja constituição íntima o Deus onipresente tivesse tido a amabilidade de ausentar-se por instantes para que pudessem observá-Lo de fora e testemunhar Sua existência ou inexistência. Esse Deus objetivado não existe nem pode existir, pois é logicamente autocontraditório.”4 Dessa forma, alguém só poderia afirmar categoricamente que Deus não existe, quando depois de um processo de autoconhecimento e uma reflexão dentro da própria consciência, depois de procurar no fundo da sua alma e mesmo assim não encontrar você poderá dizer que Ele não existe, porque Deus, na bíblia, é relatado como uma pessoa que mantém um diálogo muito próximo, íntimo com cada ser humano.


REFERÊNCIAS

1-     Para refletir mais sobre o assunto leia: Popper Selections, editado por Dacid Miller; Princeton University Press, 1985; p.90,91,121
2-     Bertrand Russel, The Problems of Philosofy; Oxford Universit, 1998
3-     Karl Popper, Conjecturas and Refutantions, Harper And How, 1968; p.192
4-     http://www.olavodecarvalho.org/semana/090318dc.html


Por Francisco Tourinho

9 respostas em “Por que a ciência é incompetente para avaliar Deus?”

Não sou um "cientista" da forma como mencionou, mas também não sou um "teólogo", ou alguém que defende cegamente uma religião. Entretanto, mesmo assim pergunto se esses mesmos argumentos que você citou, cruciais na religião cristã, são válidos universalente e que, caso eu possua uma religião diferente, como o hinduísmo, serião eles significantes?

No trecho "Imagine que você esteja passeando sozinho pela rua, de repente você presencia um assassinato, no entanto, logo depois de matar, o homicida foge e se livra de todas as provas, corpo, possíveis marcas de sangue ou qualquer outra prova, um crime perfeito, exceto por você ter visto. Depois do incidente, você logo corre até a delegacia mais próxima e relata o incidente, a polícia corre até o local e não encontra prova alguma." você expõe uma situação de "falha parcial da perícia criminal", que não foi bem investigada por não se conhecer todos os possíveis métodos ou por não ter como usa-los, ou, ainda, por incompetência humana em aprender novos conhecimentos ou de acreditar, sem nada além para sustentar ou apoiar…
Isso não significa dizer que a falha seja da ciência, e não humana…

"Analisando a situação acima, como você faria para provar cientificamente que ali ocorreu um assassinato?"
Desculpa meu lado questionador, mas, como você faria para comprovar esse assassinato, sabendo que pode ser uma mentira (trote) de alguém que você desconhece e não sabe se é passível de confiança, ou, simplesmente, se é somente alguém querendo atrapalhar "sua" vida de policial, inventando um crime só para se divertir?

"A resposta, até onde eu sei, é que não tem como você provar, mas isso quer dizer que não há provas? Negativo! HÁ PROVAS SIM! No entanto a ciência não pode captar esse tipo de prova!"
Se você disse que há provas, com certeza há uma forma de descobri-las. Só não foi "inventada" ainda, mas isso não diz que a "ciência" é algo ineficaz que a levamos muito a sério a ponto de ignorar outros pontos. Utilizando-me de uma possível falácia: Se você critica tanto a "ciência" como método científico, por quê está se utilizando do meio, descoberto por método científico, para expor suas ideias que é a internet? Ou ainda por que você está utilizando um aparelho que foi puramente embasado em dezenas, se não centenas, de pesquisas com o método científico (computador) para criticá-lo?

"Agora porque a ciência não pode provar o assassinato ele não aconteceu? Seria uma inverdade? Agora eu pergunto: você quer verdade maior que essa? A de você ter visto um assassinato?"
A palavra de uma pessoa, infelizmente, não tem mais valor. É muito mais provável alguém estar "passando trote" nessa ou em outras situações similares, onde não foi achadas provas, de que o crime tenha acontecido.
Desculpe-me a falta de criatividade, não que eu queira que isso aconteça, mas se um estranho vem a você dizendo que sua mãe ou um outro ente muito querido foi assassinado, você não iria atrás de provas antes de "se derramar em pranto"?
É isso que o método científico busca, tentar aprender como os eventos acontecem, ainda que não se encontre a resposta, a dizer que tudo simplesmente ocorreu pela vontade divina.
Por fim pergunto, não como alguém que queira realmente criticar negativamente, mas como alguém que busca pelo conhecimento: Por que você é tão pessimista em relação ao método científico?

Não sou um "cientista" da forma como mencionou, mas também não sou um "teólogo", ou alguém que defende cegamente uma religião. Entretanto, mesmo assim pergunto se esses mesmos argumentos que você citou, cruciais na religião cristã, são válidos universalente e que, caso eu possua uma religião diferente, como o hinduísmo, serião eles significantes?

No trecho "Imagine que você esteja passeando sozinho pela rua, de repente você presencia um assassinato, no entanto, logo depois de matar, o homicida foge e se livra de todas as provas, corpo, possíveis marcas de sangue ou qualquer outra prova, um crime perfeito, exceto por você ter visto. Depois do incidente, você logo corre até a delegacia mais próxima e relata o incidente, a polícia corre até o local e não encontra prova alguma." você expõe uma situação de "falha parcial da perícia criminal", que não foi bem investigada por não se conhecer todos os possíveis métodos ou por não ter como usa-los, ou, ainda, por incompetência humana em aprender novos conhecimentos ou de acreditar, sem nada além para sustentar ou apoiar…
Isso não significa dizer que a falha seja da ciência, e não humana…

"Analisando a situação acima, como você faria para provar cientificamente que ali ocorreu um assassinato?"
Desculpa meu lado questionador, mas, como você faria para comprovar esse assassinato, sabendo que pode ser uma mentira (trote) de alguém que você desconhece e não sabe se é passível de confiança, ou, simplesmente, se é somente alguém querendo atrapalhar "sua" vida de policial, inventando um crime só para se divertir?

"A resposta, até onde eu sei, é que não tem como você provar, mas isso quer dizer que não há provas? Negativo! HÁ PROVAS SIM! No entanto a ciência não pode captar esse tipo de prova!"
Se você disse que há provas, com certeza há uma forma de descobri-las. Só não foi "inventada" ainda, mas isso não diz que a "ciência" é algo ineficaz que a levamos muito a sério a ponto de ignorar outros pontos. Utilizando-me de uma possível falácia: Se você critica tanto a "ciência" como método científico, por quê está se utilizando do meio, descoberto por método científico, para expor suas ideias que é a internet? Ou ainda por que você está utilizando um aparelho que foi puramente embasado em dezenas, se não centenas, de pesquisas com o método científico (computador) para criticá-lo?

"Agora porque a ciência não pode provar o assassinato ele não aconteceu? Seria uma inverdade? Agora eu pergunto: você quer verdade maior que essa? A de você ter visto um assassinato?"
A palavra de uma pessoa, infelizmente, não tem mais valor. É muito mais provável alguém estar "passando trote" nessa ou em outras situações similares, onde não foi achadas provas, de que o crime tenha acontecido.
Desculpe-me a falta de criatividade, não que eu queira que isso aconteça, mas se um estranho vem a você dizendo que sua mãe ou um outro ente muito querido foi assassinado, você não iria atrás de provas antes de "se derramar em pranto"?
É isso que o método científico busca, tentar aprender como os eventos acontecem, ainda que não se encontre a resposta, a dizer que tudo simplesmente ocorreu pela vontade divina.
Por fim pergunto, não como alguém que queira realmente criticar negativamente, mas como alguém que busca pelo conhecimento: Por que você é tão pessimista em relação ao método científico?

"Não sou um "cientista" da forma como mencionou, mas também não sou um "teólogo", ou alguém que defende cegamente uma religião. Entretanto, mesmo assim pergunto se esses mesmos argumentos que você citou, cruciais na religião cristã, são válidos universalente e que, caso eu possua uma religião diferente, como o hinduísmo, serião eles significantes?"

Posso falar por mim que sou cristão, quando alguém critica o deus hindú não faz diferença para mim, mas quando critica o deus cristão, deverá se justificar, logo, não sei se seria significante a crítica para um deus hindú, mas para o deus cristão está feita a defesa.

"No trecho "Imagine que você esteja passeando sozinho pela rua, de repente você presencia um assassinato, no entanto, logo depois de matar, o homicida foge e se livra de todas as provas, corpo, possíveis marcas de sangue ou qualquer outra prova, um crime perfeito, exceto por você ter visto. Depois do incidente, você logo corre até a delegacia mais próxima e relata o incidente, a polícia corre até o local e não encontra prova alguma." você expõe uma situação de "falha parcial da perícia criminal", que não foi bem investigada por não se conhecer todos os possíveis métodos ou por não ter como usa-los, ou, ainda, por incompetência humana em aprender novos conhecimentos ou de acreditar, sem nada além para sustentar ou apoiar…
Isso não significa dizer que a falha seja da ciência, e não humana".

Não exponho falha da perícia, nem falha humana, exponho a incompetência da ciência para avaliar coisas do íntimo do ser, se a pessoa viu, o depoimento dela não vale a não ser que se tenha provas, no entanto, não é porque não se pode avaliar cientificamente que o acontecimento não foi verdade.

"Analisando a situação acima, como você faria para provar cientificamente que ali ocorreu um assassinato?"
Desculpa meu lado questionador, mas, como você faria para comprovar esse assassinato, sabendo que pode ser uma mentira (trote) de alguém que você desconhece e não sabe se é passível de confiança, ou, simplesmente, se é somente alguém querendo atrapalhar "sua" vida de policial, inventando um crime só para se divertir?”

Exatamente isso, não tem como provar, mas isso não quer dizer nada se aconteceu ou não, se tiver acontecido a ciência nada poderá fazer, justamente porque ela não pode avaliar coisas do íntimo do ser.

"A resposta, até onde eu sei, é que não tem como você provar, mas isso quer dizer que não há provas? Negativo! HÁ PROVAS SIM! No entanto a ciência não pode captar esse tipo de prova!"
Se você disse que há provas, com certeza há uma forma de descobri-las. Só não foi "inventada" ainda, mas isso não diz que a "ciência" é algo ineficaz que a levamos muito a sério a ponto de ignorar outros pontos. Utilizando-me de uma possível falácia: Se você critica tanto a "ciência" como método científico, por quê está se utilizando do meio, descoberto por método científico, para expor suas ideias que é a internet? Ou ainda por que você está utilizando um aparelho que foi puramente embasado em dezenas, se não centenas, de pesquisas com o método científico (computador) para criticá-lo?”

Não sei de onde vc tirou as críticas que me fez, mas o texto é claro ao dizer que o método científico trás resultados práticos, a ponto central do texto é dizer que o método científico não é superior aos outros tipos de conhecimento, nem é o barema da verdade. O exemplo do computador não é um bom exemplo, pois não trata da realidade última das coisas, a critica é sobre a ciência como forma de tratar da realidade última das coisas como quem somos de onde viemos e para onde vamos, ou existe um deus? Então, quando um ateu vem justificar seu ateísmo baseado na ciência, ele está errado, porque a ciência não tem competência expressar coisas desse tipo. O método científico tem limitações, e muitas limitações e não é superior aos outros métodos, apenas atende a um determinado campo a que se é proposto.

"Agora porque a ciência não pode provar o assassinato ele não aconteceu? Seria uma inverdade? Agora eu pergunto: você quer verdade maior que essa? A de você ter visto um assassinato?"
A palavra de uma pessoa, infelizmente, não tem mais valor. É muito mais provável alguém estar "passando trote" nessa ou em outras situações similares, onde não foi achadas provas, de que o crime tenha acontecido.
Desculpe-me a falta de criatividade, não que eu queira que isso aconteça, mas se um estranho vem a você dizendo que sua mãe ou um outro ente muito querido foi assassinado, você não iria atrás de provas antes de "se derramar em pranto"?
É isso que o método científico busca, tentar aprender como os eventos acontecem, ainda que não se encontre a resposta, a dizer que tudo simplesmente ocorreu pela vontade divina.
Por fim pergunto, não como alguém que queira realmente criticar negativamente, mas como alguém que busca pelo conhecimento: Por que você é tão pessimista em relação ao método científico?”

Primeiramente vc mostrou que o texto esta´correto, o método científico não tem como mostrar se o indivíduo está certo ou não.
Não sou pessimista quanto ao método científico, desde que ele seja usado para a finalidade que ele deve ser usado. O método científico tem limitações, mas é superestimado por determinados grupos que eudeusam a ciência, a saber, os cientificistas.
O objetivo do texto é mostrar em que lugar está a o método científico, o texto é uma atitude filosófica de questionar as verdades estabelecidas, o método científico é uma verdade estabelecida e que muitas vezes não é questionada.

Um erro que vc cometeu agora, por exemplo, foi dizer que a ciência questiona, mas isso é uma atitude filosófica, o questionamento é parte do conhecimento filosófico, não do científico, pois o método cientifico não é ciência é filosofia. Então, por esse simples exemplo, vemos como é atribuído a ciência, coisas que estão longe de suas atribuições.

Não sei o que vc quis dizer sobre ser acomodado com a resposta sobre a natureza atribuindo isso a uma vontade divina, isso não faz sentido para mim e não fará sentido para nenhum teólogo esclarecido, o seu julgamento vem de uma observação de senso comum dos leigos, nesse caso, seria como eu debater física com o frentista da esquina, que autoridade ele terá para falar de física?

Outro que erro que vc incorre, e que a maioria comete, é essa comparação entre ciência e religião. Essa comparação é ruim demais, porque simplesmente nao se pode comparar uma com a outra, cada método com sua finalidade.

A religião seria, então, um modo de enunciação, com sua racionalidade própria e seus mecanismos específicos de produção da verdade. Segundo Latour, o discurso religioso se caracteriza pela transformação que opera na
pessoa que ouve a mensagem. Ele seria muito próximo do discurso amoroso. Assim como a frase “eu te amo” não pode ser julgada por um estado de coisas, como sudorese,
ativação de neurônios, dilatação da pupila etc., mas pela transformação que produz em quem ouve a
frase, “o discurso religioso deve ser julgado pela qualidade
das interações que produz graças à forma como é pronunciado” e não por um conjunto de fatos produzidos
dentro da racionalidade científica.
Muitas vezes, diz-se que o discurso religioso lida com o transcendente, o invisível e o distante. No entanto, esses adjetivos não capturam aquilo que é a real marca da religião – a experiência pessoal de transformação. Enquanto um artigo científico informa sobre o mundo, o exemplo de um santo ou uma imagem religiosa transforma
a vida da pessoa. Assim, as entidades religiosas – de
anjos a deuses – simplesmente executam um tipo de trabalho existencial e o discurso religioso não é um discurso de informação, mas de transformação.

Então espero que tenha entendido o intuito do texto, o intuito não foi desprezar o método científico, mas colocá-lo no seu devido lugar. Cientificistas e principalmente ateus de internet, tem exacerbado o seu poder, suas atribuições e campos de atuação.

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