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Mortos não se levantam – Uma reflexão sobre a ressurreição de Jesus.

Mortos não se levantam! Isso é um fato inegável, desde quanto o mundo é mundo. Ninguém em sã consciência acredita que alguém ressuscitou dentre os mortos. Se um amigo chegasse até mim e dissesse que viu alguém, em carne e osso, que ressurgiu dos mortos eu certamente o internaria em um manicômio. O engraçado é que alguns céticos acham que foi a ciência e não o senso comum que descobriu isso, a milhares de anos atrás, a descrença na ressurreição é algo que permeia toda a história da raça humana.
Refletindo sobre isso, pergunto-me o que levou os apóstolos a morrerem por um criminoso e maldito(maldito o que é pendurado no madeiro) como Jesus, justamente por acreditarem na ressurreição dele. Você teria coragem de dar a sua preciosa vida por uma loucura que todo mundo sabe que é impossível? Nesse caso, ou os cristãos eram todos malucos, ou Jesus de fato ressuscitou. Temos duas hipóteses:
(1) “Existiu uma pessoa chamada Jesus que de fato ressuscitou” (que teria inspirado o movimento cristão, o registro dos fatos escritos no Novo Testamento e o martírio de seus seguidores);
(2) “Não existiu uma pessoa chamada Jesus, nem houve ressurreição, o que houve foi que algumas pessoas se reuniram, criaram toda uma história digna de manicômio somente para arriscaram suas vidas, tudo a partir de uma ilusão que eles mesmos criaram;
Qual é a hipótese mais razoável para explicar esses fatos?
Nesse caso, a loucura já seria acreditar na hipótese dois! E nessas horas eu começo a entender o que São Paulo disse:
19 Pois está escrito: “Destruirei a sabedoria dos sábios e rejeitarei a inteligência dos inteligentes”.
20 Onde está o sábio? Onde está o erudito? Onde está o questionador desta era? Acaso não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?
21 Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que creem por meio da loucura da pregação.
22 Os judeus pedem sinais milagrosos, e os gregos procuram sabedoria;
23 nós, porém, pregamos Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo para os judeus e loucura para os gentios,”
1 Coríntios 1: 19-23

Por Francisco Tourinho

3 respostas em “Mortos não se levantam – Uma reflexão sobre a ressurreição de Jesus.”

O argumento é falacioso. Resumes a duas hipóteses, uma das quais impossível, para validares a outra.

Os factos são:

Há relatos de várias ressurreiçoes : Lázaro, Cristo e os profetas.

Houve e há pessoas dispostas a morrer por acreditarem na veracidade dos relatos.

Será que por haver pessoas dispostas a morrer pela crença num relato, religião, política ou independência do seu país valida automaticamente a sua posição?

Não me parece forte argumento.

Nacionalistas vários, religiosos de várias religiões incompatíveis entre si, comunistas e anarquistas entre outros fazem-no regularmente.

Temos assim que os relatos das ressurreiçoes do NT podem ter várias origens, não são corroboradas por outras fontes nem os fenómenos que as acompanham.

Os mártires cristãos tinham tanta certeza da veracidade dos evangelhos como os kamikazes da origem divina do imperador do Japão.

Só isso

Lázaro e os profetas foi ressuscitação que é diferente de ressurreição.

A questao é, porque se morre? Nacionalistas morrem porque acreditam no Estado, vc nao morreria, mas é compreesível algum morrer por isso. Comunistas morrem e matam por acreditarem na igualdade de direitos, eu vc não morreríamos, mas nõa é absurda a ideia. As religiões, alguem pode morrer por uma promessa no céu, tranquilamente, porque não?

Agora morrer por alguém que foi condenado como criminoso, se dizia deus, e ressuscitou, a ideia não faz o mínimo sentido. Nenhuma crença da época apoiava esse tipo de ressurreição, os fariseus acreditavam que só no último dia.

O messias esperado era um rei, não um carpinteiro, ele iria devolver o poder a israel, não ser morto por ele e ser condenado como criminoso. Pra completar o cara quando ressuscita ainda aparece às mulheres, uma como maria madalena, que vc sabe o histórico.

Aí vc tem a seguinte situação: um cara chega pra ti, diz que o cara que frustrou todas as expectativas ressuscitou, aí vc pergunta quem te contou, ele diz uma mulher adúltera. Mas é importante lembrar que o testemunho de mulheres não valia, então vc não acha que se a história fosse inventada não teria sido óbvio os evangelistas registrrem que era um homem da sociedade que o tinha visto? Vc acreditaria nessa história a ponto de morrer por ela?

Espero que veja a gravidade da situação, os seus exemplos nao invalidam o meu porque a analogia não é correta, ela só é correta se vc falasse das pessoas que morrem hoje pelo cristianismo, mas dos primeiros seguidores, a analogia não serve. Faz sentido morrer em qualquer situação da que vc citou, mas jamais faz sentido morrer por alguém como Jesus, não os primeiros apóstolos.

Pouco sabemos dos primórdios do cristianismo. Sabemos que aparecem nos primeiros séculos

Conhecemos textos de autores desconhecidos que relatam diversas histórias sobre Cristo.

Só no tempo de Constantino são escolhidos os evangelhos que conhecemos. Todos os outros são rejeitados.

Temos portanto que os relatos não são de forma nenhuma contemporâneos do alegado e nem todos falam de ressurreição.

Isto leva-nos de volta so problema de saber se há outras fontes que corroboram algumas destas narrativas.

As da volta dos mortos dos profetas, os estragos no templo , os dois mil porcos mortos depois dum exorcismo, o eclipse na lua cheia são exemplos de acontecimentos que certamente não passavam sem qualquer registo.

Pelo que parece que se tratam de narrativas orais que com o decorrer do tempo vão ganhando pormenores.

Claro que os casos menores: transformação numa festa privada de água em vinho ou a cura dum paralítico podiam perfeitamente sem que ninguém os registasse.

Uma parte significativa dos primitivos cristãos eram gnósticos. Esses não acreditavam na morte e ressurreição.

Foram massacrados depois do Constantino pelos cristãos da linha dominante.

Antes de serem massacrados pelos cristãos foram-no igualmente pelos romanos.

Se o critério ser morto por acreditar valida a tese os gnósticos, cataros e muitos outros que não acreditavam na ressurreição também estariam certos.

De facto os factos que são passíveis de serem testados historicamente não parecem ser credíveis.

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