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Respondendo ao Paradoxo da Pedra!

“Deus pode construir uma pedra que Ele mesmo não possa levantar?” Essa é uma pergunta que alguns neoateus fazem para poder se desfazer da onipotência de Deus, logo, se você responder que sim, então o debatedor dirá: “mas ele não vai poder levantar a pedra, logo, ele não é onipotente” e se você responder que não, então ele dirá: “então ele não pode construir, logo ele não é onipotente”. É claro que é o tipo de pergunta falaciosa, primeiro porque esse Deus que pode todas as coisas independente de qualquer contexto, não se trata do Deus cristão. A própria Bíblia diz que Deus não pode mentir ou se arrepender1 , ou seja, o Deus cristão não pode fazer todas as coisas. C.S. Lewis amplia ainda mais o conceito dizendo:
“A sua onipotência significa poder para fazer tudo que é intrinsecamente possível, e não para fazer o que é intrinsecamente impossível. É possível atribuir-lhe milagres, mas não tolices. Isto não é um limite ao seu poder. Se disser: “Deus pode dar a uma criatura o livre-arbítrio e, ao mesmo tempo, negar-lhe o livre-arbítrio” não conseguiu dizer nada sobre Deus: combinações de palavras sem sentido não adquirem repentinamente sentido simplesmente porque acrescentamos a elas como prefixo dois outros termos: “Deus pode”. Permanece verdadeiro que todas as coisas são possíveis com Deus: as impossibilidades intrínsecas não são coisas mas insignificâncias (praticamente não existem). Não é possível nem a Deus nem à mais fraca de suas criaturas executar duas alternativas que se excluem mutuamente; não porque o seu poder encontre um obstáculo, mas porque a tolice continua sendo tolice mesmo quando é falada sobre Deus.”2
São Tomas de Aquino diz que:
“Nada que implique em contradição se encontra debaixo da onipotência de Deus.”3
Assim o paradoxo da pedra é apenas um jogo de palavras que não faz sentido algum, e não ganha sentido só porque é acompanhada por um “Deus pode”. Um quadrado redondo, uma superfície totalmente preta e totalmente branca, coisas desse tipo simplesmente não existem!
Se o poder de Deus é infinito, criar uma pedra que ele não pudesse levantar era criar algo maior que o infinito, só que “infinito + 1” continua sendo infinito, e “infinito/2” continua sendo infinito, logo, é de uma inconsistência lógica terrível! É apenas um jogo de palavras sem sentido e em nada abala a onipotência de Deus, não no significado cristão.
CONCLUSÃO

O que acontece na situação é a famosa técnica “O Deus dosPalpiteiros”4 citada por Olavo de Carvalho, no qual eu indico a leitura, em que os neoateus fabricam um deus para eles e o refutam, depois disso, dizem que refutaram o Deus cristão, quando na verdade, mostraram inconsistências de um deus que eles mesmos criaram, não do Deus cristão.

REFERÊNCIAS
1-      Números 23.19
2-      LEWIS. C.S. O problema do Sofrimento. Pág 13-14. Disponível em: http://sumateologica.files.wordpress.com/2009/07/c-s-lewis-o-problema-do-sofrimento.pdf. Acesso em 07 jul 14.
3-      TOMÁS DE AQUINO. Samm Tbeoi., I.a Q XXV, Art. 4. Apud LEWIS. C.S. O problema do Sofrimento. Pág 12. Disponível em: http://sumateologica.files.wordpress.com/2009/07/c-s-lewis-o-problema-do-sofrimento.pdf. Acesso em 07 jul 14.

4-      CARVALHO, O. O Deus dos Palpiteiros. Dário do Comércio, 18 mar 2009. Disponível em: http://www.olavodecarvalho.org/semana/090318dc.html. Acesso em 07 jul 14. 
  Por Francisco Tourinho

3 respostas em “Respondendo ao Paradoxo da Pedra!”

Nenhum ateu que se preza utilizaria um argumento furado deste. E só você mesmo para achar que isto é relevante ou tem alguma importância.

Sem contar que se ser omnipotente significa poder até mesmo fazer tudo que é intrinsecamente contraditório, logo até mesmo o absurdo e contraditório pode ser feito, mesmo que seja mutuamente contraditório, pois o contraditório não seria um contraditório se ser omnipotente significa fazer o contraditório e sem sentido. A própria falácia ateísta refuta eles mesmo uma vez que eles pintam o Deus da Bíblia como um ser capaz de fazer absolutamente tudo que é contraditório. SE eu digo que ser omnipotente é fazer absolutamente tudo, o lógico e o sem sentido, logo, qualquer proposta absurda, por mais que seja sem sentido, sem lógica e contraditória, poderá ser feita por esse ser mesmo que eu não entenda com minha mente finita.

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