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Amei a Jacó e odiei Esaú: porque romanos 9.11 não é texto prova de Supralapsarianismo

O versículo prova mais usado pelos supralapsarianos é o de Romanos 9.11-13, que diz: 
Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú.
Daqui é deduzido que se Deus amou a um e odiou ao outro antes deles nascerem, implica que ele não levou em consideração a queda ou pecado original dos dois, mas isso é um non sequitur. Deus já está trabalhando com uma massa caída, pois Jacó e Esaú são pessoas caídas, e Deus não via neles o pecado atual, não o pecado original. A reprovação é baseada no pecado original, não no pecado atual, pois, pecados atuais todos temos, mesmo depois de salvos, portanto, não podem ser eles a causa principal de nossa condenação, mas o pecado original sim, pois, uma pessoa não convertida (não livre do pecado original), pode ser muito boa, mas jamais será salva, mesmo que ela consiga alcançar um padrão moral de modo a não transgredir a lei. Por isso, devemos nos atentar que os pecados atuais não são levados em consideração no decreto de reprovação, mas sim o pecado original. Quando São Paulo diz que Deus não levou em conta os atos deles, bons ou ruins, ele estava falando dos pecados atuais, dos atos maus ou bons que fazemos no dia-a-dia, não está falando de forma alguma da natureza herdada da queda. O que se tem ali são dois homens caídos, e Deus agora diz: vou eleger um e reprovar o outro sem levar em conta o que eles fizeram (visto que o pecado original não foi cometido por nós, mas por Adão). Vejam, se o pecado original não foi cometido por nós, qual a necessidade de São Paulo dizernem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama)”?Observem, claro como água limpa, que Paulo não se refere ao pecado herdado da queda, mas às boas ou más obras que são praticadas, portanto, Paulo fala de um pecado atual, não de um pecado original. 
O debate entre infralapsarianismo e supralapsarianismo é se a eleição e reprovação foi antes ou depois da queda. O pecado original não é imputado em nós pelo que fazemos, mas pelo que Adão fez, então não há razão alguma para São Paulo falar de obras se ele estivesse levando em conta a queda, não os pecados atuais. Como o apóstolo não está levando em consideração a queda, então o texto não endossa em hora alguma a tese supralapsariana.
Assim, concluímos que o texto não apoia o supralapsarianismo, muito pelo contrário, ele apoia a doutrina bíblica do infralapsarianismo.

2 respostas em “Amei a Jacó e odiei Esaú: porque romanos 9.11 não é texto prova de Supralapsarianismo”

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