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A Tumba Perdida de Jesus é um Golpe Publicitário – diz arqueólogo!

A tumba de Talpiot foi uma tumba encontrada em 1980 no Lest Talpiot, que é um bairro da Jerusalém Oriental. A descoberta dessa tumba foi causa de grande alvoroço por causa da inscrição ” Yeshua bar Yehosef ” (“Jesus, filho de José”) em um dos seus ossuários. Foram encontrados dez ossuários e seis com epígrafes.

Embora tenha sido descoberta em 1980, somente em 1994 foi publicado um trabalho a respeito e foi discutido em 1996 na Grã Bretânia. Já em 1996 foi ao ar na BBC um pequeno documentário falando sobre o assunto. Segundo Amos Kloner, o primeiro arqueólogo a examinar o local, as reivindicações de uma conexão com Jesus não pode ser comprovada arqueologicamente, e acrescenta: “Eles só querem ganhar dinheiro com isso.” Outros arqueólogos foram igualmente céticos.

Outro documentário foi lançado em 2007, produzido pelo diretor de cinema canadense James Cameron e o jornalista investigativo Simcha Jacobovici intitulado The Lost Tomb of Jesus (A tumba perdida de Jesus). O documentário alega que a tumba de Jesus é real e conta com o apoio de grande parte dos arqueólogos para tal conclusão. Como toda produção de James Cameron, foi um documentário muito forte, com muito investimento e com a aparência de ser real.

Em janeiro de 2008, foi realizado a Terceira Princeton Theological Seminary, tratando especificamente sobre o assunto. Tanto a revista Time como a CNN alarmaram dizendo que o caso tinha sido reaberto, dando ao público a impressão de que estudiosos respeitados agora levavam a hipótese colocada no documentário a sério. Ao saber disso, Amos Kloner e mais vários estudiosos assinaram uma carta aberta com uma nota de esclarecimento, com trechos como:

“A maioria das avaliações negativas de arqueólogos e outros cientistas e estudiosos que participaram foram excluídos dos relatos  finais. Em vez disso, a mídia tem apresentado as opiniões de Simcha Jacobovici, que produziu o polêmico filme e livro “The Lost Tomb of Jesus” com o diretor de Hollywood James Cameron, e que afirma que a sua identificação tem sido justificada pelos documentos de conferências. Nada mais longe da verdade pode ser deduzida a partir da discussão e apresentações que teve lugar em 13-17 janeiro de 2008.”

“Para concluir, queremos protestar contra a deturpação do processo de conferência nos meios de comunicação, e deixar claro que a maioria dos estudiosos presentes – incluindo todos os arqueólogos e epigrafistas que apresentaram trabalhos relacionados com o túmulo – rejeitaram a identificação da tumba de Talpiot como pertencente a família de Jesus ou que esta afirmação é altamente especulativa. Assinado, Professor Mordechai Aviam, da Universidade de Rochester, Professor Ann Graham Brock, Iliff School of Theology, Universidade de Denver Professor FW Dobbs-Allsopp, Seminário Teológico de Princeton Professor CD Elledge, Gustavus Adolphus Colégio Professor Shimon Gibson, da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte Professor Rachel Hachlili, da Universidade de Haifa Professor Amos Kloner, Bar-Ilan University Professor Jodi Magness, da Universidade de Carolina do Norte em Chapel Hill Professor Lee McDonald, Arcadia Seminário Professor Eric M. Meyers, Duke University Professor Stephen Pfann, University of the Holy Land Professor Jonathan Price, da Universidade de Tel Aviv Professor Christopher Rollston, Emmanuel School of Religion Professor Alan F. Segal, Barnard College, Columbia University Professor Choon-Leong Seow, Princeton Theological Seminary Sr. Joe Zias, da Ciência e Antiquity Group, Jerusalém Dr. Boaz Zissu, da Universidade Bar-Ilan”

Amos Kloner também diz:“Os documentaristas estão usando para vender seu filme.”
O site oficial do Archaeological Institute of America, a instituição mais antiga dedicada a arqueologia na América do Norte, traz uma série de incongruências na descoberta contradizendo totalmente o documentário, e declara:
“A identificação do túmulo Talpiyot como a tumba de Jesus e sua família se baseia em uma série de reivindicações problemáticas e infundadas…” 

O Washington Post relata que William G. Dever , que escava sítios arqueológicos em Israel por 50 anos, deu a seguinte declaração:
“É um golpe publicitário, e ele vai fazer esses caras muito rico, e isso vai perturbar milhões de pessoas inocentes, porque eles não sabem o suficiente para separar a realidade da ficção “.

Em outra matéria do Washington Post:
“O ponto da reivindicação atual é provar que o primeiro túmulo era de fato o túmulo de Jesus e sua família”, diz Jodi Magness, especialista em judaísmo antigo da Universidade de Carolina do Norte em Chapel Hill. “Não há um pingo de evidência arqueológica e literária para apoiá-lo.”
 The New York Times:
“Muitos cristãos ortodoxos e conservadores moderados vão ser perturbados pela imprudência desse(documentário)”, disse Ben Witherington, um estudioso da Bíblia, no Seminário Teológico Asbury em Wilmore, Kentucky “Claro, nós queremos saber mais sobre Jesus, mas por favor, não insulte a nossa inteligência, dando-nos este tipo de coisa.”


CONCLUSÃO

O que me motivou a escrever esse texto e pesquisar sobre a Tumba de Talpiot, foi que esse achado foi usado em um debate contra mim para comprovar que Jesus não ressuscitou. Como vemos, os céticos não são tão céticos quando a informação condiz a eles.

Notamos também no texto, como os cineastas são desonestos para produzir documentários contra a fé cristã, uma dia desses foi produzido o mentiroso Zeitgeist, antes disso saiu o livro “O Código da Vinci” que também já foi usado em debates contra mim e por incrível que pareça, o debate foi na Universidade, dentro de sala de aula.

Cristãos, sejam simples como a pomba e astuto como a serpente para não cair nessas armadilhas.

Aqui tem um artigo em inglês sobre o assunto, para quem tiver mais curiosidade:
http://www.michaelsheiser.com/Jesus%20Tomb%20article%20Heiser.pdf

Por Francisco Tourinho

Uma resposta em “A Tumba Perdida de Jesus é um Golpe Publicitário – diz arqueólogo!”

A todo momento surgem notícias sobre Jesus de Nazaré. Quando iniciei minha pesquisa diletante acerca da origem do cristianismo, eu já tinha uma ideia formada que pode parecer esdrúxula: a perseguição aos judeus. Portanto, nada de Bíblia, teologia e história das religiões. Todos os que haviam explorado esse caminho haviam chegado à conclusão alguma. Contidos num cercadinho intelectual, no máximo, sabiam que o que se pensava saber não era verdade. É isso o que a nossa cultura espera de nós, pois não tolera indiscrições. Como o mundo não havia parado para que o Novo Testamento fosse escrito, o que esse mesmo mundo poderia me contar a respeito dessa curiosidade histórica? Afinal, o que acontecia nos quatro primeiros séculos no mundo greco-romano, entre gregos, romanos e judeus? Ao comentar o livro “Jesus existiu ou não?”, de Bart D. Ehrman, exponho algumas das conclusões as quais cheguei e as quais o meio acadêmico de forma protecionista insiste ignorar.
http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/paguei-pra-ver

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