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Minha História No Concurso Da Escola De Sargentos Das Armas – ESA (parte 2)

As inscrições da ESA – Escola de Sargentos das Armas, estão abertas. Esse ano, mais precisamento no mês de maio, fará 10 anos que incorporei como aluno dessa briosa escola, e fará também 11 anos que prestei o concurso. A história de como eu fiz o concurso já foi contada, agora contarei como foi a continuação daquela história que começou em 2008. Quem quiser acompanhar a primeira parte dessa história, ela está nesse link: https://questoesultimas.blogspot.com/2018/07/minha-historia-no-concurso-da-escola-de.html
Recebi o resultado de que tinha passado no concurso da ESA, e agora vinha outra dificuldade, eu tinha ganhado cerca de 20 quilos. Isso aconteceu porque fui atleta dos 12 aos 20 anos, treinando de domingo a domingo, e tinha uma carga de perda de energia muito grande. Na época, eu queria muito ser pastor, então, no meu ver, eu achava que deveria focar todas as minhas forças no curso do seminário e no ministério, e acabei deixando o esporte de lado, mas continuei comento da mesma forma, o resultado foi um ganho de peso em 3 anos.
Mas agora eu tinha um novo desafio, passar no teste físico. Eu achei que seria tranquilo, só precisava voltar a treinar e colocar o corpo em forma de novo. No entanto, eu comecei os treinos de forma muito forte, pois minha memória muscular era de atleta, e eu não tinha consciência que meu corpo estava parado, o resultado foi que em poucos dias em adoeci do joelho, fui diagnosticado com “over use”, que é uma doença por excesso de treino, o que mais tarde evoluiu para uma condromalácia patelar. Então, eu fui proibido pelo médico de correr, mas isso seria meu fim, pois como eu iria treinar para passar no teste físico? Então comecei a fazer musculação e, invés de eu correr 5 vezes na semana, como eu estava fazendo, eu comecei a correr 3 vezes somente, mas sentindo ainda muita dor. Então, era trabalho, treino, gelo e remédio quando chegava em casa.
Na época eu trabalhava em uma clínica de fisioterapia, no setor de reabilitação nível 3, aquele em que a pessoa já está em um estado mais avançado de recuperação. Falei com a dona da clínica, e ela prontamente se dispôs a me ajudar. Depois de uma análise, ela falou pra mim que o teste eu conseguiria fazer, mas jamais eu seria um militar, pois meu joelho não aguentaria. Então eu pensei comigo mesmo – vou fazer o teste e continuar os treinos, e vou avançando um passo de cada vez. E assim eu fiz, fiz o teste e passei, e agora estava a preocupação do próprio curso de formação.
Assim eu fiz, continuei os treinos, comprei algumas injeções (que o médico tinha passado) e comprei vários anti-inflamatórios, e fui com a cara e a coragem e a palavra da fisioterapeuta, de que eu não teria condições físicas para encarar um curso de formação. Paguei todas as minhas contas na época. Eu estava com algumas contas de energia atrasada, então eu falei para meu pai pegar o meu acerto de contas na clínica e pagar essas contas de energia. O resultado foi que eu parti para o curso com 23 reais no bolso, isso mesmo, 23 contos.
Dentro do ônibus encontrei com vários amigos que eu tinha feito durante o preparatório. Quando chegamos em Fortaleza – CE, onde era o curso, invés de ir para o batalhão, quiseram parar para almoçar, acabei gastante 12 reais no almoço (que na verdade foi um salgado com refrigerante em uma padaria), e fiquei com os meus míseros 11 reais.
Lá estava eu, com um joelho doente, uma crise no casamento, uma palavra do especialista de que eu não conseguiria, e meus 11 reais. Nos primeiros dias eu senti bastante dor no joelho, tomei várias injeções, eu mesmo me aplicava, mas com o tempo e perdi bastante peso devido a intensidade dos treinos, e meu joelho parou de doer, mas como nem tudo é flores, o furriel (pessoa responsável pelo pagamento dos alunos), cometeu um erro, e nosso primeiro salário não veio, então eu passei dois meses com 11 reais no bolso. Não saía do batalhão, e quando saía era só para pegar um ar mesmo, tomava café, almoço, janta e ceia no batalhão, mesmo aos fins de semana, pois não tinha grana para comprar nada de diferente. O pior de tudo, é que eu ainda tinha que enviar dinheiro para minha filha que tinha ficado em Teresina, mas como? Depois de um mês e meio eu conversando com um amigo, ele me emprestou 200 reais, e eu enviei esse dinheiro para casa, e o paguei quando o dinheiro saiu no segundo mês.
O resultado foi que nosso curso básico iniciou com 123 candidatos, isso depois de todas as desistências da semana zero (semana antes do início do curso, onde os candidatos podem desistir e outros serem chamados). Concluíram o curso com aproveitamento 82 alunos, no decorrer tivemos que lidar com duas mortes.
Depois eu contarei alguns detalhes e dificuldades durante o próprio curso, mas essa foi mais uma etapa vencida. Graças a Deus!

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